Um dos mais proeminentes dos poetas metafísicos ingleses e teólogo famoso por seus encantadores sermões, nasceu no seio de uma próspera família católica, algo raro na época, pois o sentimento anticatolicismo tomava conta da Inglaterra. Em 1593, um dos irmãos de Donne, Henry, morreu na prisão, condenado por acolher um padre católico, também condenado. Tal fato fez Donne questionar a sua fé. Com a morte do pai, herdou uma boa fortuna, gastando-a com mulheres, livros, teatro e viagens.
Destacou-se ao lado de Thomas Morton, escrevendo panfletos anticatólicos. Foi também nesse tempo que escreveu “Poemas Divinos” e o texto “Biathanatos”, famosa por argumentar que o suicídio não é necessariamente um pecado. Devido à aproximação com as ideias anticatólicas, Donne publicou dois poemas sob esse tema, “Pseudo-Martir” e “O Conclave de Ignatius”, a afirmação final e pública sobre a renúncia da fidelidade ao papa por parte de Donne. Em 1607, converteu-se ao Anglicanismo, mais por insistência do rei Jaime I que alegou que Donne não receberia nenhum título nobre, senão através da Igreja Anglicana. Em 1615, tornou-se capelão real e alçou o cargo de teólogo em Divindade.
Em 1617, abatido pela morte prematura de sua esposa, Donne escreveu dezessete sonetos sagrados, e desde então, segundo o seu amigo e biógrafo, Izaak Walton, Donne foi “crucificado para o mundo”. Continuou a escrever poesias, notavelmente “Sonetos Sagrados”, mas o período de versos românticos acabara. Em 1621, foi nomeado Deão da Catedral de São Paulo, título que manteve até a morte. Destacou-se nesse cargo, estabilizando-se financeiramente, e escreveu algumas das suas reflexões, sob a alcunha de “Devoções para Ocasiões Emergentes”, redigidas enquanto gravemente doente, e publicadas em 1624.
Obcecado pela ideia da morte, Donne declamou o que foi chamado de seu próprio sermão funerário, “Duelo da Morte”, algumas semanas antes de morrer em Londres, no dia 31 de Março de 1631.