Henry René Albert Guy de Maupassant foi escritor, poeta e um dos maiores contistas de todos os tempos. Teve uma infância e uma juventude aparentemente felizes no campo, em companhia da mãe, uma mulher culta e depressiva, que foi abandonada pelo marido. Na década de 1870, mudou-se para Paris, onde firmou-se como contista e teve contato com os grandes escritores realistas e naturalistas da época: Gustave Flaubert, Émile Zola e Ivan Turgenev. A sua aversão natural à sociedade, aliada à sua saúde frágil, é retratada por meio da solidão e da meditação.
A sua obra é conhecida por retratar situações psicológicas e por fazer uma profunda crítica social com técnica naturalista e foi considerado como um dos escritores franceses mais lidos do final do século XIX. Destacou-se também pelos seus contos de terror, gênero no qual é reconhecido como sendo um dos grandes mestres do século XIX, ao lado de Edgar Allan Poe. Nesses contos, narrados com um estilo ágil e nervoso, repleto de exclamações e símbolos de interrogações, encontram-se as preocupações do escritor com a obsessiva presença da morte e do sobrenatural. Porém, foi em seus romances que Guy de Maupassant concentrou todas as observações dispersas em seus contos. As suas obras são marcadas por um estilo próprio, descritivo, naturalista e realista. As suas longas viagens à Argélia, Itália, Inglaterra e às regiões da Córsega, da Bretanha e da Sicília, produziram relatos de viagens esplendorosos, realizados, sobretudo, a bordo do seu iate particular, o “Bel-Ami”, a partir de 1885.
Em seus últimos anos, desenvolveu um constante desejo de solidão, uma obsessão para a autopreservação e um medo da morte e paranoia de perseguição enlouquecida em decorrência da sífilis que contraiu ainda na juventude. Em 2 de janeiro de 1892, Maupassant tentou cometer suicídio cortando a garganta e foi internado no célebre asilo privado do Dr. Esprit Blanche, em Passy , em Paris, aonde viria a morrer em 6 de julho de 1893. Foi enterrado no cemitério de Montparnasse, em Paris.