Nasceu em 1810 em Chelsea, da união de um ministro unitário com uma filha de fazendeiro do condado de Sandlebridge. Aos treze meses ficou órfã de mãe, sendo criada pela tia, considerada pela autora como mais que uma mãe verdadeira. Mudou-se com a família para a cidade de Manchester, onde teve contato com os contrastes sociais e econômicos da cidade e com a sociedade literária e filosófica da região.
Como distração pela perda de seu primogênito, começou a escrever como modo de aliviar a dor da perda, produzindo o seu primeiro romance “Mary Barton – Um conto da vida de Manchester”, publicado anonimamente em 1848 e que produziu grande impacto tanto junto à crítica quanto ao público leitor. Devido ao realismo social apresentado no texto, chamou a atenção do escritor Charles Dickens, sendo que foi por sua intercessão que os seus próximos romances foram publicados. Com o auxílio de Dickens, Elizabeth Gaskell tornou-se popular, especialmente por escrever histórias de mistério e terror, apesar da distância dessas com relação à sua produção social. Elizabeth Gaskell era uma perspicaz observadora das relações humanas, especialmente entre os trabalhadores das indústrias de Manchester e das regiões rurais de onde era oriunda. Essa característica própria lhe valeu como uma grande ferramenta na construção das suas personagens e das relações entre os diversos núcleos dentro de cada romance.
O seu círculo de amizade também lhe possibilitou uma análise profunda das relações humanas, sendo que Charlotte Brontë, John Ruskin, Carlyles, Charles Kingsley e Florence Nightingale frequentavam a sua casa. Entre as suas obras, destacou-se pelos romances “Ruth”, de 1853, “Norte e Sul”, de 1855 e, finalmente, o seu romance considerado como a sua obra-prima “Esposas e Filhas”, de 1866, que foi deixado sem concluir em virtude da sua morte por falência cardíaca. Deixou também uma biografia amplamente aclamada da vida de sua amiga Charlotte Brontë.