Charles Baudelaire (1821-1867) foi um poeta e teórico da arte francesa. É considerado um dos precursores do simbolismo e reconhecido internacionalmente como o fundador da tradição moderna em poesia, juntamente com o poeta estadunidense Walt Whitman, embora tenha se relacionado com diversas escolas artísticas. Sua obra teórica também influenciou profundamente as artes plásticas do século XIX.
Em 1857, publica a que seria considerada a sua obra-prima, a reunião de poemas “As Flores do Mal”, contendo 100 poemas. O autor do livro viria a ser acusado, no mesmo ano, pela justiça francesa, de ultrajar a moral pública, sendo os exemplares publicados apreendidos, pagando o escritor uma multa de 300 francos, e a editora, 100 francos. Contudo, a essa censura se deveu a apenas seis poemas do livro. Baudelaire aceita a sentença e escreve seis novos poemas, “mais belos que os suprimidos”, segundo ele. Mesmo depois disso, Baudelaire tenta ingressar na Academia Francesa, talvez para se reabilitar aos olhos da família (que, dessa forma, lhe daria mais dinheiro), ou para com o público em geral, que via as suas obras com maus olhos em função das duras críticas que ele recebia da burguesia.
Além de ser evidentemente, um precursor de todos os grandes poetas simbolistas, Baudelaire é considerado pela maior parte dos críticos como o mais provável fundador da poesia dita moderna. Com o livro “As Flores do Mal”, institui pela primeira vez o corte entre edição comercial e edição de vanguarda, contribuindo para fazer surgir um espaço de editores para seus correspondentes escritores.
Em uma viagem à Bélgica para se encontrar com o ilustrador Félicien Rops, que ilustrou “As Flores do Mal”, sofre um colapso que viria paralisar parte do seu corpo. Faleceria em Paris, vitimado pela sífilis em em 31 de agosto de 1867, sem a realização do projecto de uma edição final de “As Flores do Mal”, como ele desejava.