AFONSO HENRIQUES DE LIMA BARRETO, ou simplesmente LIMA BARRETO (1881-1922), foi um importante escritor do pré-Modernismo brasileiro. Nasceu em Laranjeiras, no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1881, de pais mestiços e pobres e enfrentou o preconceito durante toda a sua vida. Teve de abandonar os estudos para sustentar a sua família após a morte da mãe e a internação do pai em um asilo de alienados.

Trabalhou a vida toda como escriturário no Ministério da Guerra, ao mesmo tempo em que começou a escrever para o jornal “Correio da Manhã” e várias revistas da época. Estreou na literatura em 1909, com a publicação do romance “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”.

A sua obra, marcadamente de protesto e de denúncia, apresenta muitas vezes um tom autobiográfico e de crônica e é caracterizada como um brado de revolta implacável de sátira ao apego da sociedade aos títulos, bem como às instituições políticas da época, a sua burocracia e a sua inoperância, além de forte crítica social ao retratar os subúrbios cariocas na virada do século, com o uso de uma linguagem simples e coloquial. Para ele escrever tinha a finalidade de criticar o mundo circundante para despertar alternativas renovadoras de costumes e de práticas que privilegiavam certas classes sociais, indivíduos e grupos. Ao produzir uma literatura inteiramente desvinculada dos padrões e do gosto vigente, recebeu severas críticas dos círculos tradicionais da literatura: marcado por um espírito inquieto e rebelde, revelou o seu inconformismo com a mediocridade social e com o racismo vigentes.

Viveu uma vida boêmia e solitária e acabou por se entregar ao alcoolismo, o que o levou a longos períodos de internação, na Colônia de Alienados na Praia Vermelha, em virtude das alucinações que o perseguiam. Lima Barreto faleceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 1 de novembro de 1922, vítima de um colapso cardíaco, em razão do alcoolismo.

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