“Resgatar a obra “”O Último Homem”” (The Last Man), de Mary Shelley, e publicá-la pela primeira vez no Brasil, e ainda em edição bilíngüe, foi a melhor pedida da Editora Landmark para presentear os leitores ávidos por novidades no gênero ficção-científica. Neste livro, escrito em 1826, e publicado na Inglaterra em três volumes, a escritora britânica Mary Shelley constrói uma visão do futuro, descrita a partir de um manuscrito profético. Ambientado no século 21, o romance (The Last Man) é narrado por Lionel Verney, o único sobrevivente que conta a história dos últimos momentos da humanidade, destruída por uma praga que mata, gradualmente, homens e mulheres. Entre os seis personagens da trama podemos encontrar uma verossimilhança entre Lorde Byron e Percy Shelley, amigo e marido respectivamente, cristalizados sob forma fictícia em Lorde Raymond e Conde Adrian. “”O Último Homem”” (The Last Man), escrito e publicado logo após a morte do marido da autora, é um conto de fadas para adultos, com cenas de batalhas vividamente descritas, mortes por pragas incuráveis e amores ardentes, no qual Mary Shelley reinventa o que ela lamenta ser a perda de todas as características de qualidade na Literatura. O balonismo, por sua figura simbólica que remete a razão e ao progresso científico de seu tempo e, sobretudo, à Revolução Francesa, é o tema tecnológico central descrito no livro. Ao contrário da comum associação do gênero a termos e invenções futuristas, é notável a ausência de tais elementos na trama criada pela autora. A obra também influenciou grandes escritores de ficção-científica e deu início a um movimento cujos expoentes são H. G. Wells, Asimov e Arthur C. Clark. Mary Wollstonecraft Shelley (1797-1851), mais conhecida por Mary Shelley, escritora britânica, casa-se com o poeta Percy Shelley, expoente do Romantismo ao lado de Byron. Sua obra mais famosa é “”Frankenstein, ou Moderno Prometeu””, escrita entre 1816 e 1817. O romance obteve grande sucesso e gerou um novo gênero de horror, tendo grande influência na literatura e cultura popular ocidental. Após o casamento de Mary com Percy, mudaram-se para a Itália, onde Mary perde seus dois filhos, além do marido em 1822, lançando-a num período de recolhimento. Mary organiza a vasta produção poética do marido e ainda encontrou tempo para produzir outras obras, contudo sem a mesma qualidade de “”Frankenstein””. Sua produção literária esteve por muitas décadas, ofuscada pela relevância da obra poética de seu marido, fato que a crítica especializada tem revisto, vislumbrando-se características que acabaram por influenciar toda uma geração de escritores. Em 1826, Mary produz o que a crítica considera sua melhor obra “”O Último Homem””, pioneira da ficção-científica que influenciou toda uma geração de escritores deste gênero na Inglaterra.”
JORNAL AGORA DO RIO GRANDE DO SUL