“Os Sonetos Completos: A propósito dos “”Sonetos de Shakespeare””, fala-se muito do carácter teatral de sua escrita. Mas creio que, talvez por isso, neles também se surpreende o funcionamento constante daquilo a que poderíamos chamar os . Da mesma traição que tão grande papel tem nas tragédias do grande dramaturgo isabelino, entendida aqui, está bem de ver, com uma certa elasticidade conceptual. Mas vejamos: numa série de oposições inúmeras vezes retomadas, nos “”Sonetos””, o tempo trai a beleza a as pompas, a velhice trai a juventude, o amigo trai o amigo, o homem trai a mulher, a mulher trai o homem, a tristeza e o desanimo traem a alegria, a decadência trai a pujança, a escassez trai a abundância, os sentimentos são traídos…”

DIÁRIO DA SERRA DE BOTUCATU (SP)