“por Deonísio da Silva Generosidade: do latim generositate, declinação de generositas, generosidade, palavra ligada a gente, declinação de gens, grupo familiar da antiga Roma, que incluía os fâmulos (escravos); dessa palavra, aliás, vem o nome família. Assim como a nobreza de caráter, a generosidade foi inicialmente creditada à raça e à classe social, mas com o tempo se verificou que o povo tende a ser mais generoso que as elites, dando provas disso freqüentemente, sobretudo em momentos adversos como as enchentes, os terremotos e outras catástrofes. A generosidade do povo brasileiro para com seu semelhante foi enaltecida pelo escritor e poeta inglês de origem indiana Joseph Rudyard Kipling (1865-1936), Prêmio Nobel de Literatura em 1907, que esteve em visita ao país em 1927. Na ocasião, ele escreveu sete artigos para o jornal Morning Post, depois reunidos em livro pelas Edições Sussex sob o título Brazilian Sketches. Na obra, que acaba de ser lançada pela Editora Landmark em edição bilíngüe, com o título As Crônicas do Brasil, Kipling elogia ainda “an illegal fascinating play called The Beasts”, referindo-se ao já então popular jogo do bicho, que, segundo ele, obrigava ao trabalho, já que os bicheiros não aceitavam mantimentos, perecíveis ou não, impondo a moeda e desse modo evitando o escambo. Diz o premiado escritor que, “para jogar Os Bichos, um homem deve ter alguma ocupação que traga dinheiro”, porque “a banana toma o lugar da Pensão Governamental”.”

REVISTA CARAS