“LIVRO REÚNE AS ÚLTIMAS PALAVRAS DITAS POR GRANDES PERSONALIDADES ANTES DE MORRER
O que se passa na cabeça de alguém antes de morrer? O livro Talvez Eu Não Tenha Vivido em Vão…, lançamento da Ed. Landmark, reúne as últimas palavras de pessoas que influenciaram o mundo. A obra apresenta frases que são apresentadas com o contexto da morte de cada personalidade.
O título do livro, por exemplo, foi proferido pelo astrônomo dinamarquês Tycho Brahe, cuja vida foi dedicada com exaustão à ciência. Despojados ou filosóficos, os escolhidos mostram o que deixaram aqui e o que levaram consigo.
As últimas palavras proferidas por uma pessoa podem dizer bem mais do que o sentido literal: elas representam uma avaliação da vida, os sentimentos experimentados na hora da morte e a relação com o desconhecido que se descortina. Não é à toa que são vistas como uma das partes mais importantes de uma biografia póstuma. Brados de confiança, medo do julgamento, blasfêmias contra o inimigo. A última ofensa, bênção ou piada. De tão célebres, algumas se transformam no legado do morto.
A frase “Eu vos dei a minha vida, agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente, dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história”, presente na carta que antecedeu o suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas, em julho de 1954, figura como fato importante na formação da política brasileira.
Outras ganham diferentes versões, a depender do ouvinte. Foi o caso de Jesus Cristo. Lucas ouviu ele dizer: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”, enquanto João relata que sua última declaração foi “Tudo está consumado”. Marcos e Mateus compartilham uma versão mais insegura do nazareno: “Meu Deus, por que me abandonaste?”, teria dito ele na crucificação.
A ficção também serviu para reinterpretar frases marcantes. Shakespeare criou um “Até tu, Brutus?” para ilustrar a decepção do imperador romano César ao ser assassinado pelo filho adotivo, quando o relato real teria sido: “Por que esta violência? Você também, minha criança?”.”
JORNAL PIONEIRO, CAXIAS DO SUL (RS)