“Landmark lança box com peças teatrais de Oscar Wilde

A Editora Landmark traz ao leitor, em edição bilíngue, todas as nove peças teatrais – divididas em dois volumes em um box exclusivo- produzidas durante o período mais criativo e mais intenso da vida do escritor irlandês Oscar Wilde. No primeiro volume da coleção constam quatro peças: “Vera, ou os Niilistas”, “A Duquesa de Pádua”, “O Leque de Lady Windermere” e “A Importância de Ser Constante”. Já no segundo volume constam as outras cinco: “Salomé”, “Uma Mulher sem Importância”, “O Marido Ideal”, “Uma tragédia Florentina” e “A Santa Cortesã”.

Oscar Wilde, apesar de atualmente ser mais conhecido por suas coletâneas de contos, como “O Príncipe Feliz” e “A Casa das Romãs”, além de seu único romance “O Retrato de Dorian Gray”, conquistou sua fama através de suas obras para o teatro e o modo escolhido de expressão literária foi a sátira de costumes, uma forma que lhe permitia exibir seu estilo e suas crenças estéticas, bem como seu domínio sofisticado sobre a vida intelectual e a literatura de sua época. É inegável a presença da sátira na maioria de suas peças, entretanto não se pode deixar de observar a extensão pelo qual o Esteticismo moldou a estrutura dramática bem como os temas de suas peças.

Wilde defendia amplamente através de sua produção as teses do movimento: a função primordial da arte seria a de criar beleza e harmonia, e não apresentar de forma principal uma mensagem social ou moral. Frequentemente, citava uma máxima proferida pelo poeta do romantismo inglês, John Keats (1795-1821) – “A Beleza corresponde à Verdade e a Verdade é bela” – como sendo o marco inicial do movimento estético, um verdadeiro renascimento das artes. As peças escritas durante a década de 1880, “Vera, ou Os Niilistas” e “A Duquesa de Pádua”, alcançaram relativo sucesso, mas sem chamar grande atenção da crítica especializada. Wilde continuou a se dedicar ao teatro e, logo após um encontro literário na capital francesa, onde as representações iconográficas e a história associada à personagem bíblica Salomé foram discutidas por todos os presentes, Wilde retornou ao seu hotel e escreveu em francês o drama “Salomé”, dedicando a peça à grande atriz francesa Sarah Bernhardt. O sucesso desta peça abriu-lhe as portas para a consagração literária e teatral, fornecendo-lhe um meio de criticar a sociedade com ágeis comédias de costumes.

Em 1891, Wilde despontava como um renomado escritor e intelectual, sendo recebido nos grandes salões literários parisienses. Embora bem conhecido nos círculos sociais, Wilde recebeu pouco reconhecimento por sua obra durante muitos anos até a consagração com “O Leque de Lady Wildermere” em 1892. O simulacro, o homem e seu retrato eram a maneira pela qual o autor se utilizava para relacionar-se com o mundo, mas o período de sucesso foi extremamente curto.

Na noite de estreia de sua obra-prima teatral “A Importância de Ser Constante” em 1895, o marquês de Queensberry, pai de Lorde Douglas com quem Wilde estava se relacionando, iniciou uma campanha pública contra o autor. Após uma má-sucedida tentativa de processo nos tribunais contra o Marquês, Wilde acabaria sendo condenado a dois anos de trabalhos forçados por violação da moral, cumprindo parte da pena no famoso Cárcere de Reading.

Ao ser libertado, Wilde se autoexilou em França, aonde viria morrer na completa obscuridade em 1900, cercado por poucos amigos ainda fiéis. “JORNAL DA CIDADE, ARACAJÚ (SE)