Poeta, prosador, teórico literário, filósofo e pensador político italiano, Dante Alighieri nasceu em Florença e passou a primeira metade de vida naquela cidade, até que os acontecimentos políticos obrigaram-no ao exílio e ao refúgio em várias cortes.
Os anos de Florença foram marcados por sua paixão por Beatriz Portinari, que morreu em 1290, com menos de 20 anos, e que permaneceu como fonte de inspiração e devoção cristã para o poeta até o fim da vida. Este amor trágico inspirou belos poemas líricos em Vida Nova (1293).
No exílio, escreveu dois tratados latinos: Sobre a Língua do Povo (1306), da maior relevância ao colocar o italiano como idioma literário, e No Governo do Mundo, que apoiava o Sacro Império Romano contra as reivindicações do papa. O Banquete (1304-7) é um trabalho filosófico não concluído.
A Divina Comédia foi iniciada em 1308, mas só concluída ao final da vida. Trata-se de um poema em três partes, Inferno, Purgatório e Paraíso, que descreve a jornada de Dante para encontrar Deus, acompanhado de Virgílio (simbolizando a razão humana), até o ponto em que Beatriz (a graça divina) deve guiá-lo. Na sua viagem ele para para conversar com todos os tipos de pessoas, tanto contemporâneas quanto figuras da Antiguidade e da mitologia. Conforme desce através dos nove círculos do Inferno até Satã, é apanhado em armadilha de gelo no centro da terra e sobe a montanha de sete andares até o Purgatório; vai sendo gradualmente purificado de seus pecados, ficando pronto para ser conduzido pela série de esferas celestiais ao Império de Deus.
A Divina Comédia é uma cosmografia completa do conhecimento medieval e uma profunda recapitulação da doutrina cristã da queda e da redenção, colocada em versos de sublime e majestosa beleza, especialmente na criação de imagens. Representa o pináculo da poesia italiana.