Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo, ou simplesmente Aluísio de Azevedo, foi um renomado escritor brasileiro, além de contista, cronista, diplomata, caricaturista, pintor, desenhista e jornalista, considerado um dos grandes nomes do movimento literário conhecido como Realismo no Brasil, tendo nascido em São Luís, na província do Maranhão, em 14 de abril de 1857, e falecido em Buenos Aires, Argentina, em 21 de janeiro de 1913.
Filho do vice-cônsul português David Gonçalves de Azevedo e de Emília Amália Pinto de Magalhães, separada de um rico comerciante português, foi Aluísio, irmão mais novo do dramaturgo e também jornalista Artur Azevedo, com o qual, em parceria, viria a esboçar peças teatrais. Aos quinze anos, Aluísio de Azevedo mudou-se para o Rio de Janeiro em busca de melhores oportunidades. Lá, trabalhou como jornalista e teve contato com importantes intelectuais e escritores da época. Com o falecimento do pai em 1878 volta ao Maranhão para sustentar a família.
Em 1879, publicou o seu primeiro romance, Uma Lágrima de Mulher, que obteve uma recepção moderada. No entanto, foi com a publicação de seu segundo romance, O Mulato (1881), que Azevedo alcançou grande notoriedade e se tornou um marco do Realismo no Brasil. A obra retrata os conflitos raciais e sociais da época, abordando temas como preconceito, escravidão e hipocrisia da elite brasileira, obra que deixa a sociedade escandalizada pelo modo cru com que desnuda a questão racial e inaugura o Naturalismo na literatura brasileira. Após o sucesso de O Mulato, continuou a escrever trazendo uma abordagem realista e crítica da sociedade. Dessa preocupação resultariam duas de suas melhores obras: Casa de pensão (1884), que aborda a vida de estudantes pobres na cidade e O cortiço (1890), que retrata a realidade miserável dos cortiços no Rio de Janeiro. Seus romances apresentam uma visão contundente das condições sociais, do preconceito e das desigualdades do Brasil do século XIX
Em 1895, com quase quarenta anos, Aluísio venceu um concurso para cônsul e ingressou na carreira diplomática, servindo na cidade de Vigo na Espanha, no Japão, na Inglaterra, Itália, Uruguai, Paraguai e Argentina. Em 1910, feito já cônsul de primeira classe, volta a instalar-se em Buenos Aires, onde vive com Pastora Luquez, de quem adotou os dois filhos. Faleceu em 1913, aos 55 anos, vitimado por problemas cardíacos, em decorrência de um atropelamento automobilístico que sofreu em fins de agosto de 1912.
Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e ocupou a cadeira número 4 da instituição.