Maria Firmina dos Reis (1825-1917) foi uma proeminente romancista, poetisa e compositora musical brasileira nascida no Maranhão, cuja obra desempenhou um papel significativo na literatura e na luta abolicionista do Brasil do século XIX. Ela é amplamente reconhecida como uma das primeiras romancistas do país e a primeira mulher negra a publicar um romance.
Firmina dos Reis nasceu em São Luís, Maranhão, em 11 de outubro de 1825, em uma época em que o Brasil ainda estava mergulhado no sistema escravocrata. Ela era de ascendência africana e indígena, o que a tornava parte das camadas marginalizadas da sociedade brasileira da época. Participou da vida intelectual maranhense ativamente, colaborando na imprensa local, ao publicar livros, participar de antologias
A escritora era uma figura multifacetada, atuando não apenas como romancista, mas também como professora, sendo a primeira mulher a ser admitida ao magistério através de concurso público, além de ter contribuído ativamente com a causa abolicionista. Fundou uma escola em sua cidade natal, mista e gratuita para alunos que não podiam pagar, propiciando para a educação de crianças e jovens em um momento em que o acesso à educação formal era limitado para muitos.
Sua obra mais famosa, “Úrsula,” foi publicada em 1859, e é considerada um dos primeiros romances do Brasil com autoria feminina. O livro aborda temas como o romance e a escravidão, proporcionando uma visão crítica da sociedade brasileira da época. Com essa obra, Firmina dos Reis se destacou como uma escritora engajada na luta pela abolição da escravidão, expondo as injustiças sofridas pelos negros no Brasil.
Além de sua produção literária, Maria Firmina dos Reis também foi uma voz ativa na promoção da igualdade racial e dos direitos das pessoas negras no Brasil. Faleceu em 11 de novembro de 1917, pobre e cega, deixando um legado duradouro na literatura e no ativismo brasileiros, principalmente por sua contribuição para a conscientização sobre a injustiça da escravidão e sua luta incansável pelos direitos humanos e pela igualdade racial.