Descrição
MANSFIELD PARK, considerado o mais ambicioso romance de Jane Austen, foi escrito entre os anos de 1811 e 1813 e publicado anonimamente, como todas as demais obras da autora, em 1814. É provavelmente o menos romântico e o mais pragmático dos romances de Austen, como seu abrupto e bastante prosaico fim demostra.
MANSFIELD PARK é um romance que enfoca as maneiras com que as pessoas tentam lidar uns com os outros. Mansfield Park deve ser lido sem preconceitos ou suposições, o que na verdade é um dos temas principais do livro. Quase todos, em Mansfield Park, passam ao longo de toda a trama fazendo suposições erradas sobre as outras pessoas. Nesse sentido, são típicos personagens criados por Austen: reais, inclassificáveis, difíceis, contraditórios e confusos. Antagonistas agem mais como heróis, heroínas são, por vezes, antipáticas, e vilões, de repente, se transformam em protagonistas. Assim, escândalos surgem em MANSFIELD PARK em todos os níveis: o pecado; as tentações para o pecado; as obstruções interpessoais; as impropriedades que chocam, excitam e produzem fofocas dentro da esfera em que vivem os personagens; a desgraça e a queda públicas; a vitimização e a acusação profética; a expulsão e o sacrifício empreendidos pelo mau gosto da mídia. As tensões morais implicadas pelos sentidos, tão claramente apresentadas em Mansfield Park, são as mesmas tensões morais do nosso mundo atual: o comportamento contra a moral, a culpa contra a vergonha, a liberdade contra a permissibilidade, a tolerância contra a lascívia, a justiça contra a misericórdia. Austen realmente não pretende resolver qualquer dessas tensões, mas prefere pressioná-las até o limite da sua solubilidade. E este é a resolução engenhosa de Mansfield Park.
De várias maneiras, MANSFIELD PARK, a história tão complexamente criada por Jane Austen, torna-se a nossa própria história, quer gostemos ou não, soando um pouco como a própria vida de todos nós. O tema prevalecente na obra continua relevante: a necessidade de homens e mulheres encontrarem a sua identidade e fazerem as suas próprias escolhas – ainda que a sociedade, por sua natureza, tente-os fazer seres dependentes, sem força e preconceituosos. Este foi o romance mais lucrativo de Austen, garantindo à autora 350 libras, uma verdadeira fortuna na sua época.