RAUL D’ÁVILA POMPEIA foi um escritor brasileiro, nascido em 12 de abril de 1863, em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, e reconhecido pela contribuição significativa para a literatura brasileira do século XIX.
Filho de uma família abastada, teve acesso à educação de qualidade desde cedo. Estudou no Colégio Pedro II e na Faculdade de Direito de São Paulo, porém, devido ao seu envolvimento com Luís Gama, com a causa abolicionista, principalmente, e com a causa republicana, somente concluiria os estudos superiores em Recife, onde se formou em 1885, nunca exercendo, porém, a advocacia. Durante seus estudos, demonstrou um talento excepcional para a escrita, que o levaria a uma carreira literária bem-sucedida.
Seu primeiro romance – uma tragédia no amazonas (1880) – foi publicado quando Pompeia tinha apenas dezessete anos, contudo sua obra mais famosa e influente é o romance “O Ateneu”, publicado em 1888. Na obra, retrata de forma realista, com ilustrações de sua própria lavra, a vida em um internato masculino, explorando temas como a formação da identidade, as relações de poder e a opressão institucional.
“O Ateneu” é considerado um marco do Realismo no Brasil e uma das grandes obras da literatura brasileira. Aderbal de Carvalho, redator literário do jornal o tempo, teceu mais de um artigo crítico, louvando o autor, descrevendo o romance como “um magistral livro”, o “melhor escrito na língua portuguesa” e garantindo que o sucesso do livro alçaria o autor ao patamar de Balzac, Zola e Flaubert; Araripe Junior, no jornal Novidades, em dezembro de 1888, classificou o livro como um esplêndido romance psicológico e que Pompeia seria o precursor de uma nova escola literária. Além de romances, também escreveu contos, crônicas e poesias, demonstrando refinamento e preocupação com as questões sociais e políticas da época, sendo um dos pioneiros na denúncia das injustiças sociais e do preconceito racial no Brasil.
Infelizmente, a carreira de Pompeia foi abruptamente interrompida em 1895: devido a disputas políticas, foi demitido do cargo de Diretor da Biblioteca Nacional e teve um sério atrito com os escritores Olavo Bilac e Luís Murat. Tais perturbações o levaram ao suicídio em 25 de dezembro de 1895, aos 32 anos, na casa em que morava com a mãe. As suas últimas palavras foram deixadas em nota: “Ao jornal ‘A Notícia’, e ao Brasil, declaro que sou um homem de honra”.
Apesar da curta existência, deixou um legado significativo. Sua obra continua a ser estudada e apreciada, destacando-se pela abordagem realista e a capacidade de retratar a sociedade e a condição humana com sensibilidade e perspicácia.